Tabagismo: entre os desafios de parar de fumar e o papel das medidas de saúde pública

Texto 1

Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o tabagismo é responsável por mais de 8 milhões de óbitos todos os anos no mundo. Thúlio Marquez, médico pneumologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, afirma que o fumo causa várias doenças respiratórias, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), aumenta o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), além de ser a causa de vários tipos de câncer.

De acordo com especialistas, o uso constante do tabaco causa dependência em virtude da presença de nicotina, que, além de malefícios à saúde, é capaz de provocar dependência similar à provocada pela cocaína. Por isso, parar de fumar pode ser um grande problema e muitas pessoas precisam de ajuda especializada. O Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento gratuito, disponibilizando medicamentos, além de fornecer acompanhamento profissional.

(Juliana Valéria. “Dia Nacional de Combate ao Fumo é neste sábado, 29 de agosto”. comunica.ufu.com.br, 28.08.2020. Adaptado.)

Texto 2

A implementação de medidas estabelecidas pelo Tratado Internacional para Controle do Tabaco, como os aumentos de preços e impostos, reduziu em até 40% o número total de fumantes no Brasil, de acordo com Tania Cavalcante, médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq). Também contribuem, para o alerta do perigo do tabaco, as advertências sanitárias nas embalagens de cigarro e a proibição das propagandas. De acordo com a médica, as medidas adotadas, incluindo a proibição de fumo em locais fechados, estão fazendo o efeito previsto e mudando a percepção da sociedade de que fumar é glamoroso e positivo para uma visão do fumo como um problema de saúde pública.

(“Medidas antitabaco diminuíram em 40% o número de fumantes no Brasil”. www.hojeemdia.com.br, 28.10.2019. Adaptado.)

Texto 3

A rapidez com que se implementaram medidas de combate ao tabagismo, como legislações, campanhas sanitárias e estratégias para cessação do hábito, coloca em pauta uma contradição quanto ao uso do cigarro: de um lado, a sedução do fumo por seus efeitos de redução da ansiedade, por propiciar concentração e pela sociabilidade gerada; de outro, os efeitos adversos à saúde que afetam igualmente fumantes e não fumantes. As ressonâncias históricas de paradoxos associados ao uso de tabaco que colocam lado a lado prazer e riscos se revelam em entrevistas incluídas numa pesquisa feita por Mary Jane Spink, doutora em Psicologia Social e professora universitária, cuja finalidade era entender como as campanhas antitabagismo são compreendidas por fumantes.

Segundo a pesquisa, no passado, fumar era bonito, elegante, e era uma maneira de mostrar que já se era adulto; como vários entrevistados afirmaram: “todos fumavam”. Hoje, segundo um dos entrevistados, “fumar é algo complicado, porque parece que a gente está fazendo alguma coisa que não pode, mas é mais forte que a gente”. Acrescenta outro entrevistado: “ser fumante hoje é viver uma ambiguidade, porque é exercício de um prazer, mas um prazer que tem um custo muito alto. É um hábito ambíguo que não é simples e sem conflito; imagino que alguns ainda não decidiram parar de fumar”.

Conforme a pesquisa, todos os entrevistados tinham conhecimento de que cigarros causam dependência, assim como dos malefícios do fumo para si e para os outros. Considerado esse quadro, para além da disponibilização de informações, é preciso trabalhar com a premissa tantas vezes referida pelas pessoas que foram entrevistadas: o tabaco é uma droga legalizada, mas vicia, causando dependência física e psicológica. Portanto, são muitos os desafios a serem enfrentados pelos fumantes.

(“Ser fumante em um mundo antitabaco: reflexões sobre riscos e exclusão social”. Saúde e Sociedade, vol. 19, no 3, 2010. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Tabagismo: entre os desafios de parar de fumar e o papel das medidas de saúde pública

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