Texto 01
Uma garota de 15 anos me encaminhou uma longa, triste e emocionante mensagem.
Usando uma linguagem própria de alguns grupos de adolescentes, ela questionou a amizade de uma maneira bem adulta, arrisco dizer.
Nossa jovem leitora tinha duas grandes amigas. Ou pelo menos era assim que as considerava: falavam-se sempre, trocavam segredos e honravam essa condição. Ofereciam apoio quando preciso, eram solidárias na tristeza e nas situações difíceis pelas quais passavam.
Um segredo que a jovem compartilhou com uma das amigas foi o afeto que nutria por um garoto da escola, mas que ela não tinha coragem de demonstrar. Pois numa festa a que foram juntas, essa amiga ficou com o tal garoto.
Você pode imaginar, caro leitor, a decepção que essa garota vivenciou? E a situação piorou quando, no dia seguinte, nossa leitora foi conversar com a amiga e esta justificou o ocorrido de modo muito simples: “rolou”.
“Então isso é amizade?”, perguntou a garota em sua mensagem.
(Rosely Sayão. Como desfazer amigos. Folha de S.Paulo, 22.11.2011. Adaptado.)
Texto 02
Os amigos são para toda a vida, ainda que não estejam conosco a vida inteira. Amizade não é dependência, submissão. Não se tem amigos para concordar na íntegra, mas para revisar os rascunhos e duvidar da letra.
Amigo mesmo demora a ser descoberto. É a permanência de seus conselhos e apoio que dirão de sua perenidade. É independência, é respeito. Assim como há os amigos imaginários da infância, há os amigos invisíveis na maturidade. Aqueles que não estão perto podem estar dentro. Amigo é o que fica depois da ressaca. É glicose no sangue. A serenidade.
(Fabrício Carpinejar. Os amigos invisíveis. Canalha!, 2008. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados, redija um texto dissertativo, em norma-padrão da língua portuguesa, expondo sua opinião sobre o tema: Vivenciar amizades sinceras: situação possível ou impossível entre os seres humanos?
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