Os perigos do avanço do garimpo ilegal em terras indígenas no Brasil

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O garimpo ilegal, praticado em larga escala na Amazônia, afeta diretamente a natureza e a vida de quem mora nas redondezas dessas atividades. Uma das consequências mais danosas é a contaminação de rios e cursos d’água com mercúrio, substância química usada na mineração de ouro, com potencial extremamente tóxico para pessoas e animais. “O mercúrio é utilizado como aglutinador, separando o ouro de outras impurezas. As pessoas que trabalham na mineração aspiram o mercúrio e grande parte da substância chega à atmosfera e volta para a superfície, para os rios, e chega nos peixes e nas pessoas que comem o peixe”, disse a professora da Universidade Federal do Pará, especialista em química, Simone Pereira, em entrevista à edição do Bem Viver “O mercúrio causa muitos problemas de saúde, principalmente neurológicos.” 

Referências

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O Ministério dos Povos Indígenas divulgou nesta sexta-feira (20) que 99 crianças do povo Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região. Os dados são referentes a 2022, e as vítimas foram crianças entre um a 4 anos. As causas da morte são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia.

A pasta estima que ao menos 570 crianças foram mortas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome. 

Com mais de 370 aldeias e quase 10 milhões de hectares que se estendem por Roraima, pela fronteira com a Venezuela e pelo Amazonas, a reserva Yanomami enfrenta problemas tão grandes quanto a sua extensão territorial.