Os livros best-sellers contribuem para formação de bons leitores ou são entretenimento sem valor cultural?

Texto 1

Quando se fala em literatura de entretenimento (os chamados livros best-sellers, como Harry Potter, Crepúsculo, Jogos Vorazes etc.), muita gente ligada ao mundo dos livros, automaticamente, se manifesta contra. Para essas pessoas, o livro como mero entretenimento não possui nenhum valor. É subliteratura, não leva o leitor a crescer internamente e o aliena das grandes questões humanas, sociais e filosóficas; sua publicação deve-se, unicamente, ao desejo do autor e do editor de ganhar dinheiro às custas de leitores ingênuos e despreparados intelectualmente, pessoas sem gosto estético, incapazes de dar valor à verdadeira Literatura e que não foram devidamente apresentadas ao que de melhor os grandes escritores produziram no decorrer da História.

(Luis Eduardo Matta. “Literatura de entretenimento e leitura no Brasilˮ. www.digestivocultural.com. Adaptado.)

Texto 2

Quando tinha meus 15 anos de idade, ganhei de presente da minha mãe os livros da saga Crepúsculo. Na época era o que estava em alta e como ela sabia que gostava de ler, me deu de presente e coincidiu que nessa mesma época eu não usava muito o computador, pois ainda não tinha um. Até então eu tinha uma ótima lista de livros, de poesia a bibliografias, não fazia distinção de nada, lia porque amava ler e assim continuei. Chegou meu aniversário de 16 anos e eu ganhei um computador. Fiquei horas naquilo. Num dos fóruns que participava, havia um tópico “Coloque aqui seus livros preferidos” e eu tragicamente coloquei Crepúsculo na minha lista e minha vida social na internet naquele dia chegou ao fim. Chamaram-me de muitas coisas: manipulada, burra, péssimo gosto para literatura e uma amiga me falou que não esperava isso de mim, que ela achou que eu era diferente daquele povo sem cultura.

(Paola Rodrigues. “A ditadura da inteligência”. http://lounge.obviousmag.org. Adaptado.)

Texto 3

As pessoas até leem, mas só leem bobagens: romances de fantasia, autoajuda, séries juvenis. A minha resposta para quem pensa assim é quase sempre a mesma: que bom. Que bom que as pessoas leem Cinquenta tons de cinza, Crepúsculo, Dan Brown e afins. O prazer da leitura começa pela liberdade para que cada um leia o que quiser. Nas posições de destaque, nas vitrines e na entrada das lojas, estão aqueles títulos que são capazes de trazer um novo público à livraria. Uma boa parte desse público é formada por pessoas que não têm o hábito de ler, mas estão dispostas a mudar de ideia graças ao apelo de uma história ou de um autor. Elas decidem dedicar aos livros parte do tempo que gastariam indo ao cinema, assistindo à televisão ou fazendo qualquer outra coisa. Pense no primeiro livro que você leu com prazer. Provavelmente é um best-seller. Alguns têm dificuldade para admitir, mas a grande maioria dos leitores começa por eles. É comum a crença de que os leitores de best-sellers só lerão outros best-sellers. Mas o caminho de cada leitor é imprevisível. Conheço adolescentes que emendaram a leitura de Crepúsculo em O morro dos ventos uivantes (o livro favorito da personagem Bella), seguiram para a obra de Jane Austen e, a partir daí, perderam-se nos clássicos da literatura inglesa.

(Danilo Venticinque. “Amor e ódio aos best-sellers”. www.revistaepoca.globo.com. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, redija uma dissertação, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Os livros best-sellers contribuem para formação de bons leitores ou são entretenimento sem valor cultural?

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