Como será o amanhã?

Um dos livros de maior sucesso mundial, na atualidade, é Homo Deus: uma breve história do amanhã, do escritor israelense Yuval Noah Harari. Nele, o autor, a partir de dados tecnológicos disponíveis, faz previsões sobre o futuro da humanidade. Entretanto, não incide em obviedades, como a descoberta e a colonização de outros planetas. Ao lado de algumas projeções animadoras, as perspectivas são as mais sombrias, inclusive com o fim da nossa espécie, que se fundirá com a tecnologia dos computadores e terá um cérebro altamente desenvolvido, muito mais inteligente que a de qualquer pessoa no mundo atual.

Não se pense, porém, apenas no lado positivo desse fenômeno. Para Yuval Harari, isso aumentará muito a distância existente entre os poderosos e os pobres. Os de maior poder aquisitivo serão tão superiores aos demais, que a diferença será maior do que a que existe hoje entre homens e animais. E se alcançarmos a imortalidade, coisa que o autor julga possível, essa diferença se fará mais perversa. Porque a morte acontece por uma falha técnica de nosso organismo e essa falha pode ser prevenida – porém, somente nos que têm dinheiro. O “admirável mundo novo”, que terá algoritmos (procedimentos computacionais definidos) para fazer quase todos os serviços, criará, em contrapartida, um contingente expressivo de pessoas absolutamente inúteis.

Leia a seguir alguns pequenos trechos dessa inquietante obra:

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O desenvolvimento vertiginoso de campos como a engenharia genética, a medicina regenerativa e a nanotecnologia estimulam profecias mais otimistas. Alguns especialistas acreditam que os homens vão vencer a morte por volta de 2200; outros anunciam que isso acontecerá em 2100. Na verdade, os homens serão amortais e não imortais. Ao contrário de Deus, futuros super-homens poderão morrer em alguma guerra ou em um acidente de trânsito, e nada os trará de volta. Contudo, diferentemente de nós, mortais, suas vidas não teriam “data de vencimento” (p. 34-35).

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Assim que a tecnologia permitir a reengenharia das mentes humanas, o Homo sapiens vai desaparecer, a história humana caminhará para seu fim, e um tipo de processo completamente novo vai surgir, incompreensível para pessoas como você e eu. Muitos estudiosos tentam prever qual será o aspecto do mundo em 2100 ou em 2200 (p. 54).

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A predição de que neste século provavelmente a humanidade visará à imortalidade, à felicidade e à divindade pode encolerizar, alienar ou amedrontar muita gente. Assim, alguns esclarecimentos são necessários.

Primeiro, não é isso que a maioria das pessoas efetivamente fará neste século. Provavelmente desempenharemos um papel menor, se é que teremos algum papel nesses projetos. Mesmo que a fome, a peste e a guerra se tornem menos prevalentes, bilhões de humanos que vivem em países em desenvolvimento e em localidades esquálidas, continuarão a ter de lidar com a pobreza, a doença e a violência, mesmo quando as elites estiverem em busca de juventude eterna e poderes divinos. Isso parece ser patentemente injusto. Pode-se então alegar que, enquanto uma única criança morrer de desnutrição ou um só adulto for morto na guerra do tráfico, a humanidade deve concentrar todos os seus esforços no combate a esses inimigos. Apenas quando a última espada for convertida em arado poderemos voltar nossas mentes para a próxima grande causa. Mas a história não funciona assim. A agenda dos que vivem em palácios é diferente da dos que vivem em barracos, e não é provável que isso vá mudar nos próximos cem anos (p. 63).

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A questão mais importante na economia do século XXI pode bem ser o que fazer com todas as pessoas supérfluas. O que os humanos conscientes farão quando tivermos algoritmos não conscientes e sumamente inteligentes para fazer quase tudo melhor? A ideia de que os humanos sempre terão uma aptidão exclusiva, além do alcance de algoritmos não conscientes, é uma quimera (p. 321-322).

A partir das ideias de Yuval Harari, você pode desenvolver sua redação tendo em vista uma das duas opções a seguir: a) discutir as ideias do escritor, defendendo-as ou contestando-as; b) expor suas próprias expectativas de como será o futuro do homo sapiens.

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