Você sabe o que é capacitismo e como ele se apresenta na sociedade brasileira? Produza uma redação sobre esse tema bastante presente em nossos dias.
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O que é o capacitismo e como ele se apresenta na sociedade
Cerca de 24% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, segundo o último Censo do IBGE. São mais de 45 milhões de pessoas que possuem algum impedimento de médio ou longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial e que estão sujeitas a diversos tipos de preconceito, refletindo em menores condições de igualdade e oportunidades na sociedade em geral.
Tal forma de discriminação também pode ser enquadrada como capacitismo. Um conceito bastante amplo e que se apresenta de diversas formas. Em muitas situações, essa ideia está tão enraizada na sociedade que temos dificuldade de perceber o preconceito por trás de comentários ou atitudes. “É a ideia torta de que pessoas com deficiência são inferiores a pessoas sem deficiência”, define LauPatrón em sua apresentação “O futuro é anti-capacitista no TEDxSão Paulo.”
As diversas formas de capacitismo
A estudante Luísa Pitanga é (…) portadora de uma doença genética rara que lhe causa limitação de movimentos. Ela costuma definir o capacitismo de três formas. “A primeira é a partir da ideia do incapaz. Você subestima a capacidade intelectual e física da pessoa porque ela tem uma deficiência”, explica. Isto acontece em repetidas situações, como nas atividades diárias. “Você está na rua, encontra uma pessoa com deficiência executando uma tarefa normal e oferece ajuda”.
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A segunda forma do capacitismo se apresenta ao tratar a deficiência como uma doença e, consequentemente, a pessoa com deficiência como alguém que procura cura.
A terceira é tratar a pessoa com deficiência como um exemplo de superação. A estudante lembra que é muito comum circularem na internet vídeos de pessoas com deficiência fazendo alguma atividade e uma mensagem motivadora no título, algo como: “se ele consegue, você também consegue”. “Naturalizam o sofrimento para se motivarem. Ninguém deveria precisar da minha dor para se motivar. Eu não tenho esse papel na sociedade”, afirma.
Segundo Luísa, a discussão sobre capacitismo ainda não tem muito espaço, mesmo com a ajuda da tecnologia para disseminar novos pensamentos e debates contra qualquer tipo de discriminação. “O capacitismo coloca na cabeça das pessoas que a gente não tem capacidade de opinar, de se impor, de falar. E por isso a luta é muito silenciada. Porque as pessoas crescem com esta ideia e por isso não dão voz pra gente”, comenta. “Agora a luta está começando a ganhar visibilidade principalmente por causa das redes sociais”.
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O que é capacitismo e como atitudes aparentemente inocentes podem ferir os outros
O termo ‘capacitismo’ foi traduzido de uma forma inglesa, ableism. Ele é usado para descrever a discriminação, o preconceito e a opressão contra pessoas com deficiência, mas não apenas isso. Quando você oferece um pedaço de bolo a uma pessoa que está fazendo dieta e afirma que apenas uma mordida não mata ninguém, está cometendo uma ação parecida. Ou quando estaciona em uma vaga destinada a pessoas com deficiência e pensa que “serão apenas 5 minutinhos”. Ou ainda quando diz ao amigo que sofre de depressão para ele se animar, porque “está tudo na cabeça dele”. Todas essas ações ferem os sentimentos dos outros e ignoram completamente as suas necessidades.
O que é capacitismo e quem são os capacitistas
O termo ‘capacitismo’ é usado desde 1981 e significa “discriminação e preconceito social contra pessoas com alguma deficiência”. Na prática, o capacitismo é um conjunto de crenças, palavras e ações que discriminam pessoas com deficiência física ou psiquiátrica; além disso, a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido.
O capacitismo se manifesta todos os dias de diferentes maneiras: quando você usa um banheiro para pessoas com necessidades especiais ou quando questiona a necessidade de que um banheiro especial seja instalado em uma empresa ou mesmo em um espaço público; quando diz ao colega (que você sabe ser portador de alguma deficiência) que ele parece bem; ou ainda quando admira as pessoas com deficiência que vivem a vida como se fossem “normais”. Independente da forma como essas ações de manifestam, todas elas ferem os outros.
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É capacitismo quando: não vemos pessoas com deficiência em novelas, filmes e seriados
(…) 3 de dezembro, é Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, data que visa criar uma reflexão sobre a falta de oportunidades e de tratamento igualitário para essas pessoas.
Para chamar a atenção para a questão, um movimento foi iniciado na internet com a hashtag #ÉCapacitismoQuando, que visa explicar como se dá a discriminação contra pessoas com deficiência, já que ela nem sempre acontece de maneira explícita (assim como tantas outras).
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A mídia e o entretenimento podem fazer muito para discutir e dar visibilidade às questões das pessoas com deficiência, além de humanizar esses indivíduos a partir das histórias que são contadas. Contudo, infelizmente, assim como a sociedade em geral, elas falham na representação de pessoas com deficiência.
Em tempos de pedidos por mais diversidade em novelas, filmes e seriados, essa demanda deveria incluir o grupo, que vale dizer, corresponde a 23,9% (45,6 milhões) da população brasileira, segundo uma pesquisa do IBGE. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum tipo de deficiência. E ainda assim, quando ligamos nossas televisões ou vamos aos cinema, nós ainda não vemos essas pessoas, o que faz com que pensemos a deficiência como uma coisa distante ou menos comum do que realmente é.
Capacitismo na indústria de entretenimento
De acordo com um estudo realizado sobre diversidade nos filmes, realizada pela Iniciativa de Mídia, Diversidade e Mudança Social, da Escola Annenberg de Jornalismo e Comunicação, da Universidade do Sul da Califórnia (USC), apenas 2,4% dos personagens das 100 maiores produções de 2015 eram pessoas com deficiência, um percentual muito baixo quando comparado à proporção de pessoas que vivem com alguma deficiência nos Estados Unidos: 18,7% da população americana. E ainda dentro desse recorte há outro problema: além da maioria ser secundária, sem grande peso para a narrativa, 81% dos personagens eram homens, 71,7% eram brancos e nenhum era LGBT.
Ou seja, as mensagens transmitidas são de que: a) pessoas com deficiência não merecem ter suas histórias contadas; b) para Hollywood, mulheres só podem ser vistas se forem jovens, magras, brancas e sem nenhuma deficiência; c) pessoas de minorias étnicas que vivem com deficiência não enfrentam nenhum desafio ou sequer ganham a oportunidade de ver suas histórias; d) LGBTs com deficiência não existem (ps: eles existem, sim!).
Outra pesquisa, feita pela ONG GLAAD, mostra que somente 1,7% dos personagens nas séries de televisão possuem algum tipo de deficiência. E segundo um levantamento da Ruderman Family Foundation, 95% das pessoas sem deficiência interpretam esses personagens. Isso nos faz pensar que, não bastasse não verem suas histórias na TV, esses indivíduos também não conseguem trabalho.
Capacitismo nas produções brasileiras
(…) nas novelas brasileiras, é seguro afirmar que nem de longe estamos vendo-as nas nossas produções nacionais. E quando finalmente fazem parte das tramas, também há problemas. Suas histórias são reduzidas à deficiência que o personagem possui, ou para elevar a narrativa do personagem que não a possui. Igualmente ruim: muitas vezes a deficiência vem como “castigo” para tornar a pessoa que era ruim em um ser humano melhor. Basta lembrar, por exemplo, da personagem Luciana, de Alinne Moraes, em “Viver a Vida”. Antes do acidente que a deixou tetraplégica, ela era egoísta e mimada, mas que foi redimida por conta da deficiência.
Com base nos textos acima e nas pesquisas sobre o tema que você vai realizar, escreva uma dissertação sobre Capacitismo no Brasil
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