Texto 1
O uso de câmeras de vigilância não é novidade em ambientes como restaurantes, ruas, elevadores e muitos outros espaços públicos por medida de segurança. É uma iniciativa também adotada pelas instituições de ensino privado há alguns anos nas entradas e saídas e ambientes de circulação de pessoas. Porém, as câmeras de vigilância chegaram também às salas de aula, sob o mesmo argumento: segurança. No meio educacional, esse procedimento tem provocado protestos. Vários pedagogos, psicólogos e professores mostram-se contrários à instalação destes equipamentos em sala de aula. Eles defendem a privacidade dos professores e estudantes no processo de ensino e aprendizagem, o que garante a espontaneidade, a criatividade e a confiança dos envolvidos.
(“Câmaras de vigilância em sala de aula.” www.sinpro-rs.org.br. Adaptado.)
Texto 2
Um dos colégios mais tradicionais de São Paulo instalou câmeras no interior de salas de aula, sem avisar os alunos, com o objetivo de aumentar a segurança no estabelecimento de ensino e de melhorar a disciplina. Alegando que não haviam sido consultados a respeito desta decisão, vários alunos fizeram um protesto no pátio do colégio. A diretoria determinou a suspensão dos insatisfeitos por um dia e comunicou seus pais. A controvérsia ganhou debate nas mídias sociais e os contrários à decisão do colégio afirmam que a instalação das câmeras viola a privacidade de alunos e professores.
Invasão de privacidade é não respeitar espaço reservado e restrito de alguém. A ideia de “privacidade”, por sua vez, está estreitamente ligada à de “intimidade” dos cidadãos, direito garantido pela constituição federal e que consiste na faculdade que cada indivíduo tem de proibir intromissão de estranhos na sua vida privada e familiar. Câmeras de segurança inseridas pelo poder público nas ruas são, portanto, absolutamente legais e têm como finalidade monitorar o trânsito, flagrar crimes, atitudes suspeitas e até mesmo auxiliar no socorro de acidentados. Indústrias, shoppings, condomínios e comércio em geral têm optado pela instalação, obtendo excelentes resultados. Em relação à presença de câmeras nas escolas, é possível afirmar o mesmo.
A maioria dos pais de alunos do colégio paulistano apoiou a instituição, sendo que um deles afirmou que “dentro da escola acontece muita coisa em que fica a versão de um contra a do outro. Com as câmeras, saberemos a verdade e acabam as mentiras”. Também não se pode esquecer da prática de bullying, comum em várias escolas, em que as vítimas, muitas vezes, não têm condições emocionais de reagir e nem de contar aos responsáveis. Tal prática poderia ser evitada com a detecção dos abusos através das câmeras.
(“Câmaras de segurança em sala de aula: você é contra ou a favor?”. http://tudosobreseguranca.com.br. Adaptado.)
Texto 3
Vários alunos de um dos mais tradicionais colégios de São Paulo foram suspensos por um dia por protestar contra a instalação de câmeras de segurança nas salas de aula. Segundo a direção da escola, o objetivo seria aumentar a segurança e melhorar a disciplina.
Sob a justificativa da segurança – interna e externa – plantamos câmeras em qualquer lugar, rifando nossa liberdade individual. O direito à privacidade, desde que ela não agrida aos direitos e liberdades de terceiros, deveria ser garantido. Mas, em nome dessa paranoia por segurança e, o pior, em nome da disciplina, enterramos isso.
Disciplina vigiada eletronicamente… Qual exemplo passamos com isso? Que soluções arbitrárias, que ignoram direitos, são viáveis em nome de um valor supostamente maior?
Colocar câmeras pode parecer mais fácil. Mas isso encerra toda a possibilidade de diálogo sobre direitos e deveres. Enquanto estou sendo vigiado, irei agir como a sociedade espera de mim. E quando não houver câmeras? Ignoro tudo e todos? Que espírito democrático é esse que estamos fomentando?
Esse não é o único colégio que optou por essa saída. Outras escolas adotam o mesmo expediente, ou seja, essa está longe de ser uma discussão localizada.
(Leonardo Sakamoto. “Sorria! Você está sendo desrespeitado em sala de aula.” http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br. Adaptado.)
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, redija uma dissertação, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Câmeras de vigilância em sala de aula: invasão da privacidade de alunos e professores ou garantia de segurança e disciplina?
Comentários
Realmente top