Texto 1
O Brasil vive uma nova epidemia de sífilis, uma doença sexualmente transmissível que parecia existir, para a maior parte da população, apenas nos livros de história. A doença, causada por uma bactéria, pode levar a problemas de fertilidade e até a morte, se não tratada.
O Ministério da Saúde divulgou dados recentes mostrando que o número de pessoas infectadas no Brasil aumentou 32,7% entre 2014 e 2015 e algumas mudanças comportamentais ajudam a entender porque a bactéria voltou a assustar.
Os jovens de 13 a 15 anos estão se protegendo menos na hora do sexo, segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, 75% dos entrevistados usaram preservativo em sua última relação sexual. No ano passado, apenas 66% fizeram uso da camisinha.
Para reverter esse quadro, será preciso investir mais do que em campanhas que elucidem sobre os perigos do sexo sem camisinha, mas que contemplem a prevenção nas diferentes formas de exercer a sexualidade. A camisinha, seja masculina ou feminina, ainda é o único método contraceptivo capaz de impedir a transmissão de DSTs. “Os adolescentes estão transando e não há nada que os impeça. O objetivo é apostar em conhecimento, e não no medo, como foi feito anos atrás”, diz Lena Vilela, educadora sexual.
As campanhas de prevenção devem focar nas novas formas de exercer a sexualidade, dando abertura para que as pessoas possam discutir abertamente com seus médicos seus comportamentos e as melhores formas de se prevenir.
(Bruna de Alencar. “Por que o Brasil vive uma epidemia de sífilis?”. www.epoca.globo.com, 01.11.2016. Adaptado.)
Texto 2
Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Ricardo Luba, na década de 70, o Brasil também passou por uma epidemia de sífilis semelhante a que estamos vendo agora devido à liberação sexual e aos valores que foram contestados na época. Para ele, a falta de cuidado consigo mesmo é algo muito enraizado na mentalidade dos brasileiros. Isso rebate conceitos preconceituosos, tanto é que pessoas do mais alto nível intelectual também podem contrair, devido à negligência com o próprio corpo, algo que vem acontecendo com homens e mulheres ao redor do mundo.
O principal fator é a falta do uso de preservativo associado a um comportamento de risco, que implica na rotatividade de parceiros e parceiras. Não há problema em ter uma vida sexual agitada desde que você se proteja e faça exames de rotina com certa regularidade. Quando descoberta no estágio primário, a sífilis pode ser tratada com uma dose única de penicilina benzatina intramuscular. O problema maior começa a surgir quando o diagnóstico não é feito rapidamente.
(Débora Stevaux. “5 perguntas para entender a epidemia de sífilis no Brasil”. www.claudia.abril.com.br, 21.04.2017. Adaptado.)
Texto 3
Segundo a médica colaboradora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Nemora Barcellos, o esgotamento do impacto das campanhas de uso de preservativos e da sua ampla disponibilização parece ser um dos fatores do agravamento dos casos de sífilis. Para ela, a principal forma de prevenção é o uso de preservativos no ato sexual. Por outro lado, a implicação do desabastecimento de penicilina afeta a evolução individual da doença e a possibilidade de cura, já que o tratamento correto e completo também é considerado uma forma eficaz de controle, pois interrompe a cadeia de transmissão. Além disso, o tratamento de ambos os parceiros é muito importante na prevenção para impedir que ocorra a reinfecção, garantindo que o ciclo seja interrompido.
Para a médica, o histórico de prática sexual sem uso de preservativos deve ser investigado com seriedade em consultas, seja na atenção básica, seja com especialistas da área de ginecologia ou urologia. A existência de testes rápidos para sífilis facilita muito a investigação.
(Marina Wentzel. “Como se proteger da epidemia de sífilis no Brasil?”. www.bbc.com, 24.09.2016. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A epidemia de sífilis no Brasil é resultado do comportamento dos jovens
ou de problemas do sistema de saúde?
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